Curiosidade, imaginação criativa e sensibilidade estética. As competências da família da abertura ao novo, quando bem desenvolvidas, ajudam a ampliar horizontes, permitindo que os jovens sonhem mais, sejam flexíveis e descubram outros contornos de vida, como indivíduos, cidadãos e futuros profissionais. E como desenvolver essas habilidades socioemocionais? A arte é uma grande aliada.
A palavra “arte” vem do latim ars que, em seu sentido original, significava técnica, manifestação de uma habilidade adquirida. O termo deu origem a palavras como “artista” ou “artesão” e, com o passar do tempo, passou a designar a atividade humana ligada à sensibilidade estética, que é criada e recriada a partir de ideias, percepções e emoções.
Arte que desperta
Um livro, uma pintura, uma música, um filme, um grafite podem despertar reflexão, aumentar o repertório e servir para trabalhar competências como curiosidade, imaginação criativa e sensibilidade estética.
Um exemplo é a série documental ´Abstract: The Art of Design´, que apresenta, em duas temporadas, reflexões sobre o processo criativo, disposição para o aprendizado contínuo e para solução de problemas, equilíbrio entre funcionalidade e estética.
“A série traz uma perspectiva ampliada sobre a noção de artista e de arte, além de ideais interessantes para os jovens pensarem em suas habilidades, projetos de carreira e mercado de trabalho de forma mais abrangente”, comenta Eduardo Calbucci, um dos fundadores do Programa Semente.
Ideias e muito trabalho no caminho
'Abstract: The Art of Design' conta a história de profissionais renomados na fotografia, ilustração, moda, arquitetura, design de interiores, de brinquedos, de produtos digitais, desconstruindo o mito da pura inspiração. A criação artística acontece, na realidade, por meio de trabalho intenso, envolvendo estudos, pesquisas, tentativas, acertos, fracassos e aprendizados.
É o caso de Tinker Hatfield, que se tornou designer de calçados da Nike, criador do icônico Air Jordan e um dos pioneiros na análise de tênis para cada tipo de atividade física, ditando tendências e revolucionando o mercado da época.
Ou do designer automotivo, Ralph Gilles, que idealizou o protótipo SM-1 para a Chrysler, sinalizando o potencial do setor de design para uma empresa.
Vale a pena mergulhar ainda no imaginário da cenógrafa Es Devlin – que criou projeções para solucionar o pouco espaço do palco de alguns teatros, mas acabou realizando inovações em shows de astros da música internacional – e da designer gráfica Paula Scher, para entender a tipografia.
“Por trás de tudo o que a gente vê, há arte. Ela varia com o tempo e de acordo com a cultura.
Existem aqueles que reinterpretam o que já existe – refinando e trazendo para a atualidade beleza, harmonia e equilíbrio em suas criações – e há os que apontam soluções futuras, com seus conceitos provocativos”, salienta Calbucci.