Até os 6 ou 7 anos, em que elas têm maior proximidade com o universo da fantasia, esses personagens fazem sentido; consumismo, porém, não deveria ser incentivado
Com a proximidade do Natal, a figura do Papai Noel ganha destaque e costuma exercer um grande fascínio nas crianças. Alguns pais, no entanto, se perguntam até que ponto é saudável deixar os filhos acreditarem em personagens como esse.Para Eduardo Calbucci, professor e um dos fundadores do Programa Semente, a princípio, não existe nada de negativo em a criança achar que Papai Noel existe, principalmente quando se trata de crianças pequenas, até os 6 e, às vezes, 7 anos de idade. Isso porque, nessa fase, elas têm uma proximidade muito grande com o mundo da fantasia, e figuras como o Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa fazem todo sentido nesse universo imaginário.“Nós vivemos numa determinada cultura e acabamos sendo influenciados por certos valores. A criança vai ao shopping, assiste à televisão e vê essas personagens. Então, não há nenhum problema em a família aproveitar essa fantasia”, afirma.O que talvez seja um sinal de alerta para os pais, ele ressalta, é a tendência que pode ocorrer de os adultos, às vezes, incentivarem um consumismo muito precoce. “Isso pode ser muito mais preocupante do que a figura do Papai Noel ou do Coelhinho da Páscoa”.Existe hora certa para deixar de acreditar?Sobre a época certa para deixar de acreditar nessa fantasia, Calbucci diz que, normalmente, quando a criança sai dessa fase da infância, ela costuma entender que, na verdade, quem comprava aqueles presentes era o pai ou a mãe. “Isso não significa a destruição de um sonho, mas apenas um outro momento da vida dela. Muitas vezes, a criança começa a desconfiar sozinha dessas personagens”, pontua o educador.Ele ainda faz uma ressalva: “Mas não existe uma fórmula pronta ou um manual para lidar com isso. Muitas vezes, o que funciona muito bem para uma família pode não dar certo para outra. Por esse motivo, a gente precisa ter muito cuidado quando aborda essas questões. Eu sempre digo: ninguém conhece melhor uma criança do que sua família.”