Famílias não devem confundir amor maternal com superproteção
Um estudo da universidade de Washington, nos EUA, afirma que o amor de mãe pode ajudar o cérebro da criança se desenvolve duas vezes mais rápido do que o de jovens desassistidos. Na pesquisa, a psiquiatra infantil Joan Luby diz que o relacionamento entre pais e filhos é essencial para que as crianças cresçam mais saudáveis e preparadas para o futuro.E quando o amor se confunde com superproteção? Isso pode prejudicar o desenvolvimento das crianças? As habilidades socioemocionais podem ajudar a responder essas questões, fazendo com que o “amor de mãe” seja sempre saudável.“É importante não confundir amor com superproteção e ter a consciência da importância de esticar a corda de vez em quando. Até porque uma hora essa corda irá se romper”, afirma Eduardo Calbucci, educador e um dos criadores do Programa Semente. O professor explica que não existe uma fórmula mágica para criar os filhos, mas é importante estimular a autonomia das crianças, para que elas possam tomar decisões responsáveis ao longo da vida.“Devemos aceitar que nossos filhos irão se ver diante de escolhas difíceis e que não estaremos sempre ao lado deles para auxiliar nas decisões. Por isso, precisamos ensiná-los a aprender com os erros. Nesse sentido, deixar ele cometer um equívoco, desde que a consequência não seja grave, pode ser didático, pois o processo de aprendizado se dá dessa forma”, ressalta Calbucci.A autonomia da criança deve ser construída na parceria entre família e escola. De acordo com esse preceito, o Programa Semente tem, como um de seus pilares, o ensino de escolhas construtivas e coerentes com padrões éticos. “Para tal, é necessário conhecer normas sociais, avaliar de maneira realista as consequências de nossas ações e ter constante preocupação com a segurança das crianças e dos adolescentes”, completa Calbucci.AdolescentesÀ medida que vão crescendo, os jovens sentem dificuldade de receber carinho dos pais e podem enxergar qualquer demonstração como intromissão. Ou como superproteção. É importante que os pais e familiares entendam que existem formas de demonstrar afeto, que não sejam necessariamente beijos e abraços.“Quando o filho pergunta algo ou pede ajuda, isso talvez seja a maior prova de amor que ele possa dar. Se os pais deixarem esse canal de comunicação aberto, eles passarão por essa etapa da melhor forma possível”, conclui Eduardo Calbucci.