Ao desenvolver domínios essenciais para a vida em sociedade, crianças e adolescentes fazem família repensar as próprias emoções
A aprendizagem socioemocional tem por essência se estender por toda a vida dos alunos. As crianças e os adolescentes que desenvolvem essas habilidades certamente estarão melhor preparados para enfrentar desafios profissionais, sentimentais e familiares. De maneira geral, vários pais desses alunos não tiveram a oportunidade de trabalhar suas emoções de maneira regular e sistematizada. A boa notícia é que eles também podem ser afetados positivamente com o aprendizado dos filhos e também da sua vida pessoal.“Nas escolas, domínios essenciais para uma vida social equilibrada tais como autoconhecimento, autocontrole, empatia e tomada responsável de decisões não faziam parte dos projetos de formação. Por essa razão, é comum encontrarmos adultos na condição de pais, cônjuges e profissionais que se ressentem da falta de oportunidade de terem desenvolvido ferramentas pessoais em paralelo com a formação acadêmica”, explica Tania Fontolan, diretora-geral do Programa Semente.Agora, à medida em que a formação socioemocional sistematizada começa a fazer parte do currículo das escolas, as famílias têm a oportunidade de compartilhar as reflexões e as experiências que os filhos tiveram com os domínios.
Discussões proveitosas
Para Tania, dialogar faz com que os pais percebam quais habilidades eles podem melhorar ou desenvolver em suas próprias vidas. “É comum que os filhos comentem em casa o que discutiram na escola, criando assim oportunidades de aprofundamento conjunto em relação às questões socioemocionais propostas”, avalia.Os temas estão relacionados à nomeação das emoções, relação entre os sentimentos e os comportamentos provocados, o autocontrole, a capacidade de interação respeitosa com outras pessoas, a avaliação de consequências nos momentos de tomada de decisões entre outros. A partir das discussões provocadas, é possível melhorar e incorporar habilidades ao longo da vida.“Além disso, as escolas que oferecem formação socioemocional acabam por oferecer palestras e outras ações de compartilhamento que envolvem as famílias, estendendo a elas os impactos positivos deste trabalho”, diz. Uma oportunidade de criar um ciclo de respeito à diversidade, empatia e ao autocontrole para melhorar as relações sociais.