Adoção do Programa Semente no Colégio Progresso Bilíngue, em Campinas (SP), mostrou a necessidade dos alunos em falar sobre temas ligados a emoções e sentimentos
O Colégio Progresso Bilíngue – Unidade Taquaral, em Campinas (SP), introduziu a aprendizagem socioemocional na grade curricular do Ensino Fundamental há um ano e meio. As aulas do Programa Semente acontecem uma vez por semana e, segundo a diretora da escola, Cristina Tempesta, os avanços registrados nesse período foram muito significativos. “Realizamos pesquisas com os alunos antes e depois da implantação do programa e vimos o quanto eles se desenvolveram em relação ao autoconhecimento e ao traquejo para lidar e se relacionar com os colegas”.A diretora conta que, ao adotar o programa na escola, logo ficou clara a necessidade que havia de abrir um espaço como esse, em que os alunos pudessem se sentir à vontade para falar de seus sentimentos, sensações, impressões e dúvidas. “Nas aulas, ao colocar em pauta questões como reconhecimento das emoções, autocontrole, tomada de decisões, é impressionante a quantidade de informações e colocações que os alunos trazem sobre esses temas. É como se houvesse uma demanda reprimida por um trabalho como esse”, afirma.Um dos diferenciais do Programa Semente, de acordo com ela, é ter uma proposta bem estruturada, alicerçada em um material didático bem organizado. Outro aspecto que ela considera importante é o trabalho de formação e suporte contínuo dado aos professores que assumem as atividades pedagógicas. “Capacitar os docentes é fundamental para o sucesso desse trabalho. A escola escolhe o profissional que participa das formações oferecidas pela própria equipe do Semente, e ele se capacita para atuar com o programa na sala de aula. Esse professor deve ter empatia e deixar os alunos se expressarem”.
Reconhecimento das famílias
Desenvolver um trabalho de aprendizagem socioemocional no colégio também é algo reconhecido pelas famílias, segundo Tempesta. “No atendimento aos pais novos, por exemplo, quando mostro o material e explico sobre a proposta e o que temos conseguido construir, as famílias ficam satisfeitas em saber que estamos tratando dessas questões”.Tempesta aponta que reconhecer o que se sente não é algo trivial, mas um aprendizado complexo, e que os alunos têm feito isso de maneira cada vez mais tranquila. “Quando eles vêm conversar comigo, vejo que conseguem falar com mais propriedade sobre o que está acontecendo e sobre o que estão sentindo. Conseguir nomear os sentimentos e se expressar com clareza é, sem dúvida, um grande passo”, destaca a diretora.