Desenvolver na escola a habilidade de lidar com os próprios instintos ajuda a afastar crianças de problemas de conduta
Em um estudo feito entre os 1960 e 1970, o pesquisador Walter Mischel reuniu algumas crianças para um teste. Sozinhas, elas deveriam resistir à tentação de comer uma guloseima posta à sua frente. Quem conseguisse aguentar por quinze minutos seria recompensado com dois doces. Algumas crianças não conseguiram esperar e devoraram a sobremesa. Ou seja, não tiveram autocontrole sobre o impulso da recompensa imediata.
O mais interessante da pesquisa é que, quarenta anos depois, Mischel investigou a vida das pessoas que tinham participado do experimento. O resultado mostrou que as crianças que conseguiram aguardar os quinze minutos tinham empregos melhores, salários mais altos e estavam mais satisfeitas com a vida em relação ao outro grupo. A pesquisa pode ser encontrada no livro O Teste do Marshmallow, publicado em 2016.
Em outro estudo, conduzido por uma equipe da Universidade de Illinois, em Chicago, Universidade de Loyola e Universidade de Columbia, nos EUA, após 18 anos da exposição ao programa de habilidades socioemocionais, estudantes ainda apresentavam manutenção dos ganhos do aprendizado. As vantagens eram melhor comportamento social, empatia, trabalho em grupo e desempenho acadêmico. Além disso, eles apresentavam menos problemas de conduta, menor incidência de transtornos mentais e menor uso de drogas psicoativas.
Desenvolver o autocontrole desde à infância é, então, produzir adultos capazes de fazer escolhas conscientes com seus valores, beneficiando assim não só o indivíduo como também a sociedade em geral.
Um dos pilares da aprendizagem socioemocional do Programa Semente é o autocontrole. Desenvolver a habilidade em crianças e adolescentes dentro da escola é fundamental para formarmos futuros adultos donos de suas próprias histórias.
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