Pensamentos negativos podem gerar sentimentos de incapacidade, angústia e tristeza, minando a força de vontade necessária para alcançar os objetivos
A autossabotagem é uma combinação de pensamentos e sentimentos de incapacidade que impede alguém de alcançar os próprios objetivos. É uma desregulação entre a mente consciente, que quer conquistar algo, e a inconsciente, que faz a pessoa ir na contramão do que busca.Um dos mecanismos que operam construindo a autossabotagem é a visão catastrófica dos desafios. “Se um aluno que precisa resolver dez questões de física não conseguir concluir cinco delas, pode surgir um pensamento de que não se sabe nada da matéria”, explica Celso Lopes de Souza, psiquiatra, professor e um dos criadores do Programa Semente. “É uma percepção distorcida da realidade, afinal foram resolvidas metade das questões”, completa.Esses pensamentos negativos atuam alterando a realidade. Ao enraizá-los no inconsciente, o estudante começa a sentir desânimo de estudar, já que acha que será incapaz de aprender física. “Esses pensamentos de incapacidade minam o esforço da perseverança e o ciclo da autossabotagem se completa ”, diz Celso.O especialista explica que são esses pensamentos os responsáveis por estruturar as emoções. Ou seja, achar-se incapaz pode gerar sensações negativas, como angústia, tristeza e ansiedade. Através da aprendizagem socioemocional, a criança ou o adolescente aprende a questionar tais pensamentos, buscando visões realistas.“Nós temos sempre a capacidade de aprender. A isso chamamos mentalidade de crescimento. Já pensou se a gente parasse de andar no primeiro tombo? É claro que todos nós temos limitações, mas elas só podem ser percebidas após muita perseverança e mentoria adequada”, afirma.É por isso que a aprendizagem socioemocional é crucial no ambiente escolar. Através dela, os alunos são capazes de desenvolver estratégias contra situações problemáticas como a autossabotagem. Um aprendizado que vale para a vida toda.Conheça mais sobre o Programa Semente.