A obra explica o estudo de três renomados pensadores da psicologia, que discorrem, principalmente, sobre o papel da afetividade no desenvolvimento humano
Uma preocupação recorrente do Programa Semente é oferecer aos educadores ferramentas capazes de potencializar a capacidade socioemocional da criança e do adolescente, de acordo com as necessidades de cada um.
Por isso, nossa Biblioteca Socioemocional indica a obra Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão, que traz algumas perspectivas sobre como o desenvolvimento infantil acontece.
A estrutura do livro
O livro é escrito por três estudiosos brasileiros, Yves De La Taille, Marta Kohl de Oliveira e Heloysa Dantas, que refletem, respectivamente, sobre as principais contribuições de Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon para o estudo do desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças.
Esses pensadores construíram, ainda na primeira metade do século XX, as chamadas teorias psicogenéticas, isto é, o estudo da origem do desenvolvimento da mente e do conhecimento. Eles mostraram como o cérebro se desenvolve a partir de desdobramentos causados tanto pela interação humana: entre indivíduos (professor-criança ou criança-criança, por exemplo) e a partir da influência do meio social. Essas análises, de fato, mudaram historicamente a percepção da sociedade sobre a infância, que hoje tem sua importância reconhecida.
Dividido em três partes, o trecho inicial do livro traz textos sobre os fatores biológicos e sociais do desenvolvimento, da psicogênese, enquanto a segunda parte aborda o papel da afetividade e da cognição no processo de aprendizagem. A parte final consiste em responder algumas perguntas básicas sobre autonomia e universalidade.
O papel da afetividade na educação
Quando falamos sobre desenvolvimento sociocognitivo, a afetividade ganha relevância. "Diferente do que se pensa, afetividade não é a mesma coisa que carinho e afeto, isso é uma outra coisa. Os autores estão falando de como é um desenvolvimento humano e eles enfatizam, então, o papel das interações, do social, da linguagem, dos afetos, nesse processo de psicogênese", explica a professora Sandra Dedeschi, mestre em Psicologia Educacional e autora do Programa Semente.
Por que um educador deveria ler a obra?
Sabemos que a afetividade pode ser desenvolvida, sobretudo quando há um olhar atento por parte do educador. Cognição e afetividade dialogam permanentemente com as competências socioemocionais.
"Indico, sim, a leitura do livro, para que a gente possa entender como o nosso aluno, como a nossa criança, como o nosso adolescente se desenvolve e para trazer para o ambiente escolar propostas pedagógicas mais fundamentadas na ciência", declara a professora Dedeschi.