*Por Tania Fontolan
A versão final da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE), será referência nacional obrigatória para escolas públicas e privadas. A preocupação em desenvolver habilidades como resiliência, empatia e responsabilidade estão presentes no texto – das 10 competências básicas propostas pela BNCC, 3 são de ordem socioemocional.
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional; ter capacidade para lidar com as emoções; exercitar a empatia, o diálogo e aprender a resolver conflitos; agir com resiliência, determinação e autonomia serão em breve competências a serem trabalhadas dentro da sala de aula. É o que diz o texto divulgado pelo MEC e é a que as instituições de ensino brasileiras deverão cada vez mais dar atenção.
Incluir essas habilidades como disciplina obrigatória já é realidade em países referência em educação, como Singapura, Coreia do Sul, Canadá e Finlândia. No Brasil, a inclusão das chamadas competências do século XXI é um avanço importante que trará impactos sociais, educacionais e com benefícios comportamentais para alunos e famílias. Nos próximos anos, avaliações nacionais, como o Enem e outras ligadas ao Ensino Fundamental, passarão a considerar essas competências na mensuração da qualidade da formação oferecida.
Com a criação do Programa Semente e a inclusão das habilidades socioemocionais na BNCC, o Brasil se alinha a práticas de formação integral, comprovadas em nível mundial. O documento orienta as escolas a focar naquilo que elas têm de insubstituível: a educação do indivíduo para que conheça melhor a si mesmo e interaja da melhor maneira em sociedade. É importante lembrar que, na família, esse aprendizado de convivência social fica comprometido pelos próprios limites da unidade familiar. É na escola que o aluno começa a lidar com regras impessoais, participa regularmente da coletividade, conhece pessoas de formação diferente e adquire ferramentas para conjugar todos esses elementos pessoais e sociais.
Os pais e as escolas precisam assimilar que as emoções importam. Do mesmo jeito que ensinamos as crianças a nadar e andar de bicicleta, devemos ensiná-las a lidar com suas emoções. E o MEC acaba de dar um importante passo nesse sentido.