"O esforço e a prática fazem a inteligência aumentar"
O supervisor pedagógico do Colégio Cassiano Ricardo, prof. Oscar Gonçalves Junior, enviou uma carta aos pais dos alunos comunicando o novo projeto da escola e orientando-os sobre a importância de valorizar mais o esforço e as atitudes dos filhos do que enfatizar apenas seus resultados. Com isso, ajudariam a aumentar a inteligência deles.
O texto vem ao encontro do que o Programa Semente ensina e que estudos recentes têm comprovado: possuir determinação é mais importante do que ser apenas talentoso.
Vale destacar que determinação e perseverança são competências que dependem de outros fatores, como conhecer bem suas emoções e saber adequá-las para manter-se focado e dedicado, tomando as melhores decisões. Todas essas são habilidades trabalhadas pelo Programa Semente. Saiba mais sobre os cinco domínios aqui.
Apresentamos a carta na íntegra:
Durante o planejamento para este ano letivo de 2017, foi iniciado, no Colégio Cassiano Ricardo, o Projeto Mentalidades. A meta é trabalhar mantendo, atualizando e divulgando princípios importantes para uma boa mentalidade escolar.
As mentalidades são crenças comuns que orientam nossa forma de pensar e, consequentemente, nossas atitudes. No entanto, muitas vezes essas mentalidades surgem como barreiras para o desenvolvimento natural do aluno. Para melhorar os resultados, muitas vezes, é preciso adotar novas atitudes, mas novas atitudes exigem outras maneiras de pensar, e diferentes pensamentos são construídos a partir de novas mentalidades.
O propósito do projeto é exercitar com professores, alunos e comunidade, uma boa mentalidade escolar, capaz de estimular uma crença comum que não prejudique o aprendizado e o pleno desenvolvimento do aluno. Para isso, o colégio elegeu sete temas: inteligência, convivência, trabalho esforçado, prioridades, trabalho diário, planejamento e estudo.
A primeira mentalidade trabalhada será inteligência, com o mote “O esforço e a prática fazem a inteligência aumentar. Mexa-se.”. A ideia central é a de que estimulamos dois tipos de mentalidades no que se refere à inteligência: a Mentalidade de Inteligência Fixa (MIF) e a Mentalidade de Inteligência Crescente (MIC).
A MIF acredita que nascemos com uma quantidade de inteligência definida e que ela não pode ser ampliada. A partir desse raciocínio, existem as pessoas com muita inteligência e as com pouca inteligência. Se você tiver sorte, estará no primeiro grupo. Normalmente, essa mentalidade mede a inteligência apenas pelo QI.
Já a MIC crê nas múltiplas inteligências e na possibilidade de desenvolvimento de cada uma por meio do esforço. Para ela, o potencial de cada um é desconhecido, e a dedicação e o trabalho são caminhos para o aperfeiçoamento das capacidades. Isso não significa que todo mundo será bom em tudo, mas que só o esforço e as boas estratégias podem explorar os limites de cada indivíduo. Estudos recentes mostram que se pode ficar mais inteligente a vida inteira, portanto, é sempre cedo para desistir de alguma competência.
Certos fatores podem contribuir para o desenvolvimento de uma Mentalidade de Inteligência Fixa. Pesquisas apontam que o elogio feito apenas no momento do êxito pode ser um facilitador para esse tipo de mentalidade. Diante disso, é desejável que os reforços positivos aconteçam também durante os processos. Por exemplo, quando um aluno vai bem em uma prova, é preciso exaltar o esforço, os estudos, as tarefas e todo o empenho que resultou na boa nota. Assim, estimula-se uma mentalidade que vê no trabalho a melhor receita para o sucesso. Se ele não estudou e foi bem, pode-se dizer que a prova foi fraca e não o desafiou.
Quando se acredita apenas na inteligência ou no talento, ou seja, em uma aptidão nata, pode-se ver no esforço um obstáculo para a aprendizagem. Um raciocínio comum do aluno é “se eu preciso me esforçar muito para entender matemática, é porque os cálculos não são para mim” ou “se sou inteligente, não preciso me esforçar”. Esse pensamento pode gerar uma desistência precoce por temor ao fracasso. É interessante notar que esses raciocínios podem ter sido induzidos por algum elogio mal colocado como, por exemplo: “Você terminou a prova rapidamente e acertou tudo! Parabéns. Como você é inteligente”. Pronto. A coisa está instalada. Daí depreende-se que, para ser reconhecido, preciso de pouco esforço (fui rápido) e muito resultado (acertei tudo), ou seja, nada que me faça trabalhar mais ou que eu possa achar desafiador vai se encaixar nisso.
Se, ao contrário, acredita-se no esforço para crescer a inteligência e o talento, um problema é enfrentado como uma oportunidade e, já que se está aberto ao aprendizado, buscar estratégias e trabalhar com seriedade certamente diminuirão o tamanho do obstáculo. E todo esforço acumular-se-á em mais inteligência e mais talento.
A Mentalidade de Inteligência Crescente está presente no Colégio Cassiano Ricardo desde o início da escola. O lema “aula dada, aula estudada”, os roteiros de estudo, a tarefa diária, os certificados de fera e o atendimento pedagógico são instrumentos para que se mantenha a crença de que o trabalho é o melhor caminho ao êxito.
Para sermos uma boa escola, nosso aluno deve ser sempre desafiado para que ele nunca perca a admiração pelo trabalho, pois só o esforço deflagra as capacidades, amplia as habilidades e expande as inteligências e o talento.
“Faça seu trabalho e fique mais inteligente. Mexa-se”.