Um indivíduo percebe o efeito e o avanço do seu desempenho socioemocional conforme coloca as competências em prática
A aprendizagem socioemocional é capaz de transformar a vida de uma pessoa. Ao desenvolver competências como entusiasmo, curiosidade e determinação, ela estará mais preparada para enfrentar desafios do cotidiano, tomar decisões apropriadas e conviver de maneira harmônica com aqueles ao seu redor.
Depois que dão início a esse aprendizado, alguns estudantes gostam de identificar seu progresso, avaliando os próprios resultados em relação às competências socioemocionais. A Plataforma S, integrada aos anos finais do Ensino Fundamental e ao Projeto de Vida do Ensino Médio do Programa Semente, é uma ferramenta fundamental nesse processo, mas a avaliação também se dá no dia a dia, quando o sujeito coloca as suas habilidades em prática.
Como a Plataforma S ajuda a analisar as competências socioemocionais?
"A plataforma S ajuda no desenvolvimento socioemocional, de diversas formas. Primeiro, porque ela apresenta quais são as competências socioemocionais. Então, o usuário passa a ter uma alfabetização das competências que pode desenvolver e sabe quais precisam de mais ênfase", explica Celso Lopes de Souza, psiquiatra e fundador da Semente Educação.
A etapa de conhecer e nomear as 17 competências socioemocionais, distribuídas em cinco famílias, é fundamental. Na plataforma, o usuário também responde a algumas perguntas e observa seu nível de desenvolvimento em relação a cada competência. "A ferramenta utiliza princípios psicométricos bem sólidos, o que significa que nós conseguimos ter uma visão confiável de onde estão as nossas fortalezas e onde estão os pontos que precisam ser melhorados", completa o especialista.
A partir dessa análise, o indivíduo consegue identificar, com facilidade, a razão para certos problemas em sua vida e trabalhar para amenizá-los.
Devo comparar o meu desenvolvimento socioemocional?
É natural querer comparar o próprio desenvolvimento com o de colegas, por exemplo. No entanto Celso ressalta: "Existe uma grande variação, de uma pessoa para outra, na velocidade com que desenvolvemos competências socioemocionais. Então, algumas pessoas têm mais facilidade para operar com as competências da família da autogestão, como foco, organização e persistência; já outras pessoas podem ter mais facilidade com as competências da família da abertura ao novo, como curiosidade, imaginação criativa e assim por diante", exemplifica.
Nesse sentido, é preciso respeitar o tempo individual de aprendizado. Segundo Celso, na hora que a pessoa percebe quais competências pode desenvolver e sabe, inclusive, que nos diferenciamos na velocidade de aprendizado, a próxima etapa é paciência, como ocorre com qualquer outro aprendizado.
A avaliação no cotidiano
O desenvolvimento socioemocional não acontece da noite para o dia, mas por meio da vivência. Sendo assim, é preciso que o indivíduo aplique os aprendizados em sua rotina e veja, por conta própria, o seu nível de dificuldade ou de facilidade e, mais tarde, os benefícios de ter insistido naquele comportamento. "Por exemplo, a pessoa precisa treinar a organização e arrumar as suas coisas para ficar mais fácil no dia seguinte. Na hora em que ela está arrumando, não existe muito prazer, mas, no dia seguinte, quando acorda e já está tudo pronto, existe. A gente sabe, inclusive, que perceber esse prazer é uma competência socioemocional chamada entusiasmo. Com isso, aprende-se que ser organizado vale a pena", finaliza o psiquiatra.