Retorno à sala de aula precisa reforçar as habilidades socioemocionais para recuperar o ‘gap’ de socialização adquirido durante o ensino remoto
Após um ano e meio de isolamento social e ensino remoto, as salas de aula estão novamente abertas, total ou parcialmente. O foco de pais e educadores em recuperar aspectos cognitivos no processo de aprendizado também está em evidência nesta retomada das aulas presenciais. Mas e as emoções? Como vêm sendo reconhecidas e moduladas neste retorno?
Diante da pandemia, a preocupação com a educação aumentou exponencialmente por parte das famílias. São vários os questionamentos. O aluno vai conseguir acompanhar os próximos anos sem prejuízos ao processo de aprendizagem? Haverá perdas para o futuro profissional dos jovens? Quanto reforço será necessário nesta etapa? De que maneira acolher os estudantes que passaram por diversas transformações e resgatar as habilidades socioemocionais após um ‘gap’ na socialização?
“Temos percebido uma regressão nessas competências, com manifestações de medo, de insegurança em estabelecer conexões com o outro, de instabilidade nas emoções, de falta de empatia, além de ansiedade, irritabilidade, introversão”, diz Ronaldo Carrilho, um dos autores do material da Plataforma S, embasada em sólidos estudos científicos, realizados ao redor do mundo, e alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A importância de criar espaços de fala e escuta em sala de aula
A sala de aula é um ambiente de estímulo do conhecimento, de interatividade, e deve ser um espaço de fala e escuta para identificar e modular emoções, como apoio ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais que vão acompanhar o estudante e todos os papéis que ele exercerá ao longo de sua vida em sociedade.
Essas competências é que vão auxiliar no processo de aprendizado, na formação integral, nas interações com o meio e, principalmente, na maneira de se posicionar perante os desafios, dos simples aos mais complexos. “Silenciar ou negligenciar emoções, seja qual for a situação, é comprometer a capacidade de resiliência, de resolução de problemas, de superação de frustrações, além de dificultar a compreensão dos próprios sentimentos”, pondera Carrilho.