A confiança está presente quando perdoamos o erro de um amigo, por exemplo. Já a autoconfiança garante que a pessoa enfrente adversidades e confie em seu potencial
A confiança é essencial para a vida pessoal e profissional. No trabalho, ela nos permite delegar tarefas e operar em grupo, enquanto no contexto particular possibilita o compartilhamento de histórias e segredos, conversas mais sinceras e menos brigas. Dentro dessa esfera, também existe a autoconfiança, fundamental para lidar com problemas e buscar um crescimento individual constante.
Por esses motivos, é importante entender o que é essa competência e como ela pode ser fortalecida.
O que é confiança?
“A confiança é uma competência socioemocional da família da amabilidade, juntamente com o respeito e a empatia. Ela é fundamental para o nosso relacionamento com os outros, porque fala sobre a capacidade de desenvolver expectativas que sejam positivas em relação às pessoas importantes na nossa vida”, explica Ana Carolina D’Agostini, psicóloga e gerente de conteúdo do Programa Semente. Ao confiar em terceiros, acreditamos em suas boas intenções e, inclusive, somos capazes de perdoar mais facilmente quando um erro é cometido.
“Já a autoconfiança significa saber que eu tenho condições e habilidades necessárias para realizar determinada tarefa ou projeto”, acrescenta a profissional. Nesse sentido, ela destaca que uma pessoa autoconfiante também tem conhecimento de quais pontos precisa desenvolver, estabelecendo estratégias e objetivos para o próprio crescimento.
O papel da confiança para a vida cotidiana
A confiança aparece quando acreditamosno trabalho de um médico, que vai realizar uma cirurgia, ou nas habilidades de um piloto de avião. No que diz respeito à vida particular, a confiança é a base para que relações se aprofundem e a vulnerabilidade ocorra sem receios.
“A ausência da confiança leva, justamente, à paranoia, que é a percepção de que todas as pessoas querem nos prejudicar, ou que não vão estar próximas quando precisarmos. Isso pode acabar ampliando os nossos medos e atrapalhando o convívio social”, completa D’Agostini.
Como se tornar mais autoconfiante?
Para reconhecer as próprias forças, o indivíduo deve pensar nos momentos que lhe trouxeram orgulho, além das situações e ambientes em que se sente mais energizado, com as coisas acontecendo de forma natural ou exigindo um empenho prazeroso.
“Uma outra forma é pedir um feedback de pessoas próximas, sejam familiares, amigos, colegas de trabalho, da escola, e solicitar que deem exemplos de quando tais forças pessoais se tornaram evidentes”, indica a psicóloga. A partir do olhar do outro, o sujeito pode confirmar autopercepções ou partir para novas perspectivas.
Autoconfiança X arrogância
A autoconfiança, baseada no reconhecimento das próprias forças, é essencial para lidar com desafios do cotidiano, como provas, apresentações de trabalhos, entrevistas de emprego ou para tomar a iniciativa de se aproximar de alguém. O indivíduo autoconfiante acredita na sua capacidade para enfrentar problemas e que pode sempre estar evoluindo, com abertura para novos aprendizados.
Isso não significa que a autoconfiança implica diminuir pessoas ou se colocar como superior. Essas atitudes são o que definem uma pessoa arrogante, que se apresenta de forma desumilde. “A arrogância não é um sinal de autoconfiança, pelo contrário. Ela pode ser um sinal de insegurança, e a arrogância aparece como mecanismo de defesa”, finaliza D’Agostini.