Segundo Celso Lopes de Souza, psiquiatra, professor e um dos criadores do Programa Semente, o domínio de habilidades socioemocionais ajuda a obter melhores resultados
Para muitos jovens, enfrentar os vestibulares e o ENEM é o primeiro grande desafio profissional a ser vencido. Um candidato que não apresentar um grau de excelência nos quesitos técnicos, de conhecimento do conteúdo programático, e psicológicos, como administrar a ansiedade no momento da prova, por exemplo, terá dificuldades para conseguir um bom resultado. A menos de um mês do ENEM, ainda é possível desenvolver algumas técnicas para auxiliar no controle emocional.Para Celso Lopes de Souza, psiquiatra, professor e fundador do Programa Semente, o furacão emocional que invade os vestibulandos nesta época do ano pode ser melhor administrado quando as habilidades socioemocionais são colocadas em prática. Reconhecer e nomear os sentimentos é o primeiro passo. É possível reformular os pensamentos que estruturam as emoções para que eles não distorçam a realidade. “Chamamos isso de flexibilização cognitiva”, explica.Segundo o especialista, mesmo capacitados em termos de conhecimento, muitos estudantes derrapam no momento da prova, comprometendo assim os resultados. “A ansiedade na sua forma improdutiva faz com que esses alunos fiquem tão nervosos a ponto de não conseguirem reverter em pontos o que sabem. Eles podem ter “brancos” e até sensações físicas, como taquicardia, suor excessivo e tremores”. Através dos conhecimentos adquiridos nas aulas de aprendizagem socioemocional, o aluno é incentivado a refletir sobre suas emoções e a se conhecer melhor.“Saber reconhecer emoções, relacionando-as com os pensamentos que as geram e entendendo como tudo isso influencia o comportamento permite que cada um compreenda melhor as próprias limitações e conheça suas fortalezas, o que aumenta a confiança, o otimismo e a autoestima”, afirma. Ao desenvolver as habilidades socioemocionais, o aluno adquire meios para identificar e questionar os pensamentos, estratégia fundamental para domar as emoções, especialmente quando elas estiverem atrapalhando mais do que ajudando.