Entender que é algo humano e tem tratamento facilita que pessoas passem por issoUma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio, segundo a Organização Mundial da Saúde. Essas mortes, que poderiam ser evitadas, já constituem a segunda causa de óbito entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito. Neste mês, a campanha do setembro amarelo é uma forma de conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção ao suicídio.“Essas iniciativas são importantes para lembrar que o suicídio é um evento humano, é algo que acontece e faz parte de um problema social grave. Cerca de 90% das pessoas que cometem suicídio têm um transtorno psiquiátrico associado. Então saber que isso é humano, é uma doença e tem tratamento ajuda as pessoas a passarem por isso”, diz Celso Lopes de Souza, médico psiquiatra, professor e fundador do Programa Semente.Segundo ele, uma pessoa que está tendo sintomas depressivos deve entender que pedir ajuda é um gesto de coragem e o primeiro passo para poder melhorar. O quadro de sintomas pode incluir alterações de sono e de apetite, perda de interesse, falta de concentração, sensação de energia baixa, sentimento de culpa e pensamentos desesperançosos, não por um dia, mas por tempos prolongados e com nítido impacto na vida da pessoa.
Tudo passa!
“Pedir ajuda é usar toda a força que se tem disponível. É solicitar auxílio para psicólogos, médicos psiquiatras, amigos, entendendo, fundamentalmente, que tudo passa. E, tendo esse suporte, pode passar mais rapidamente”, afirma o médico. “A sensação de que não vai passar é que pode interromper qualquer processo”.Ele explica que as pessoas que têm as competências socioemocionais -- como capacidade de suportar frustrações e de regular emoções desconfortáveis -- pouco desenvolvidas podem ficar mais suscetíveis a ter problemas relacionados à depressão. Por outro lado, essas habilidades emocionais mais desenvolvidas podem funcionar como um fator importante de proteção.Sobre como a escola deve lidar com casos de depressão, o professor diz que é importante acompanhar e perceber mudanças de humor e de comportamento nos alunos e situações de isolamento. “A escola deve informar os pais para buscar ajuda e ter uma conversa franca com o aluno ou aluna. Nesses momentos, escola e família devem se unir para proporcionar essa ajuda”, finaliza.