O profissional escolhido terá como tarefa inserir o estudo de competências emocionais no currículo estudantil, contribuindo para desenvolver o próprio autoconhecimento
Apesar da estrutura de muitas escolas ser voltada apenas ao conteúdo das disciplinas tradicionais, os seres humanos não são exclusivamente racionais. As emoções, diversas e fundamentais para a vida, interferem em nossas ações cotidianas e, portanto, precisam ser sempre levadas em consideração.
Nesse contexto, o professor-aplicador de educação emocional, responsável pelos momentos planejados e intencionais desse tipo de aprendizado, acaba encontrando meios para conscientizar toda a comunidade escolar sobre sua importância.
A importância da educação socioemocional
O desenvolvimento de habilidades cognitivas é essencial, mas não é suficiente. “Para nos tornarmos pessoas éticas, precisamos alcançar competências que vão muito além do ler, escrever e calcular”, explica a professora Sandra Dedeschi, mestre em Psicologia Educacional e responsável por capacitar professores para o uso do Programa Semente.
As vantagens de uma educação socioemocional são diversas. A longo prazo, essas competências serão recursos cruciais para enfrentar desafios, seja na vida profissional ou na pessoal.
Observando os benefícios a curto e médio prazo, pode-se notar, dentro do processo de aprendizagem, um aumento do autoconhecimento, da capacidade de regulação emocional, das boas interações sociais e da habilidade de tomar decisões responsáveis.
O papel da escola
Hoje, o conhecimento está disponível em muitos lugares, sobretudo por causa da internet e da crescente digitalização de conteúdos. Mesmo assim, a escola exerce um papel fundamental na vida de crianças a adolescentes. É por meio da interação com o outro que se aprende respeito, alteridade e oratória, por exemplo.
Logo, uma escola preocupada com uma formação integral não deve focar apenas no cognitivo, mas, sim, na relação entre os estudantes e professores, com atividades que viabilizem o desenvolvimento das competências socioemocionais.
Como trabalhar esses conceitos em sala de aula
“Mesmo sem intenção, os alunos são expostos a situações no dia a dia escolar que podem promover a aprendizagem socioemocional”, relata Dedeschi. Uma atividade em grupo, por exemplo, proposta pelo professor, fomenta a assertividade e o respeito, enquanto a insistência para resolver uma mesma questão de matemática impulsiona a persistência.
No entanto, a aprendizagem emocional é muito mais efetiva quando aplicada com intencionalidade, envolvendo ativamente os estudantes. Por isso, é preciso haver um momento específico para isso no currículo, para que todos tenham sua atenção conscientemente voltada para o tópico.
Além disso, toda a comunidade escolar precisa integrar o processo, não apenas os estudantes e o professor-aplicador. Docentes de disciplinas variadas podem incrementar suas aulas com as competências emocionais, em dinâmicas distintas.
Como escolher o professor-aplicador de educação emocional ideal?
Para selecionar o profissional ideal, é preciso levar em consideração que ainda não existe uma universidade com esse curso específico, além do fato de que as graduações de 30 anos atrás não pautavam a parte emocional como algo tão importante. Essa noção é bastante recente.
É necessário procurar educadores que buscam estar atualizados, conhecem o projeto pedagógico da escola, são engajados e abertos às novidades, estão envolvidos com a comunidade escolar e manifestam disposição para estudar sobre o assunto.
Na Semente Educação, além do programa de aprendizagem socioemocional estruturado para os alunos, existe a Plataforma S para professores, de maneira que eles têm uma formação contínua.
"Você pode ter um perito em uma determinada área, mas, se ele não for capaz de lidar com as próprias emoções, regular suas necessidades, compreender o outro e pensar no coletivo, tenderá a ter problemas na sua vida profissional", finaliza Dedeschi.