Ansiedade, medo e stress podem comprometer os estudos; habilidades socioemocionais, como autocontrole, ajudam aluno a manter o foco
O estado emocional influencia diretamente o modo como armazenamos determinadas situações em nossa memória. É comum que as pessoas se lembrem, por exemplo, o que estavam fazendo no dia 11 de setembro de 2001. A comoção em torno do atentado ao World Trade Center, nos Estados Unidos, faz com que a situação permaneça em nossa memória por muitos e muitos anos.Assim, é sabido que o nível de alerta, ansiedade e stress influenciam fortemente o modo como armazenamos novas experiências no cérebro. Na sala de aula, por exemplo, uma criança que se sente triste ou com raiva não será capaz de formar memórias do conteúdo ministrado de forma eficaz. Um aluno que está com o nível de stress alto esquecerá o que aprendeu muito em breve.A relação entre emoção e memória, portanto, pode ser trabalhada dentro das escolas para melhorar o rendimento de crianças e adolescentes. Para Tania Fontolan, diretora-geral do Programa Semente, as emoções têm impacto direto na predisposição de prestarmos atenção em uma determinada situação. “Tristeza ou alegria, raiva ou calma certamente interferem na capacidade cognitiva. No ambiente escolar não é diferente”, avalia.
Autocontrole ajuda a manter o foco
Pesquisas da neurociência também mostram que é muito difícil o ser humano conseguir manter dois focos de atenção simultaneamente. “Portanto, um estudante ansioso, que está com medo de algo ou com a ‘cabeça em outro lugar’, dificilmente conseguirá aprender o que está sendo trabalhado em sala de aula.”Nesse contexto, a aprendizagem socioemocional conduz o aluno ao autocontrole. Ou seja, ele estará apto a lidar com suas emoções e a manter afastadas temporariamente preocupações extraescolares. “Aprender a afastar emoções desfavoráveis e a focar no momento em que está, certamente aumentam em muito o aprendizado”, explica Fontolan.Saiba mais sobre o Programa Semente aqui.