Ao identificarem pontos a serem melhorados, os indivíduos experimentam benefícios na vida acadêmica e pessoal
O autoconhecimento é um desejo que existe desde os primórdios da Filosofia, na Grécia Antiga. Sócrates, por exemplo, foi um estudioso da interioridade humana. Celso Lopes de Souza, médico psiquiatra e cofundador da Semente Educação, resume o que é esse exercício: “o autoconhecimento consiste em reconhecer quais são nossas fortalezas e quais são os pontos que precisamos desenvolver.”
Como as competências socioemocionais estão ligadas ao autoconhecimento?
Hoje, a aprendizagem socioemocional é um excelente caminho para o autoconhecimento. Observando seu grau de desenvolvimento de cada competência, a pessoa traça um panorama de como interage com os outros e com ela mesma. A partir disso, é capaz de desenvolver os mecanismos necessários para alcançar suas metas pessoais, acadêmicas e profissionais.
Ao todo, o Programa Semente trabalha com cinco famílias de competências socioemocionais:
- autogestão: engloba as habilidades necessárias para manter as tarefas funcionais.
- abertura ao novo: refere-se às competências responsáveis pela criatividade, a pela curiosidade e pela busca por novos caminhos e soluções.
- engajamento com os outros: envolve as competências de aproximação com outros indivíduos.
- amabilidade: reúne as habilidades que permitem a máxima cooperação de um grupo.
- modulação emocional: alude à capacidade de encontrar a justa medida de um sentimento desagradável, como medo, tristeza ou raiva.
Conhecer e desenvolver as competências socioemocionais dessas cinco famílias é fundamental para a jornada de todos — e esse exercício deve ter início ainda na Educação Básica. Cada estudante apresentará um grau de facilidade nesse aprendizado, variando de acordo com a habilidade em questão, mas o importante é ter um olhar atento para o todo, reforçando as competências necessárias para que a pessoa atinja seu potencial máximo.
As competências socioemocionais como forma de expandir a aprendizagem
“Ao identificar os pontos que podemos melhorar, expandimos nosso potencial. Uma pessoa que tem a família da abertura ao novo pouco desenvolvida, mas é focada, organizada e persistente, possui dificuldade de achar caminhos alternativos quando as coisas não dão certo, porque as competências de buscar soluções não estão aprimoradas”, diz Celso.
Nesse caso, considerando que a autogestão já está bem desenvolvida, o foco será fortalecer outras famílias de competências, buscando mais flexibilidade e cooperação com o entorno. Na prática, essa pessoa passará a lidar melhor com problemas e imprevistos, sem ficar paralisada quando algo não sai como esperado.
“Quando o estudante começa a entender quais são as competências socioemocionais e ter uma ideia de como está seu desenvolvimento em cada uma delas, ele procura caminhos para reforçar os pontos necessários. A escola, assim, a pode dar intencionalidade ao aprendizado socioemocional”, finaliza Celso.