Em um cenário cada vez mais volátil, automatizado e incerto, como você tem agido? Antecipando soluções ao inovar ou esperando que o futuro o atinja? Até que ponto você se permite ser criativo e original? A criatividade é uma habilidade exclusivamente humana e não é à toa que especialistas apontam que desenvolver esta competência será um grande diferencial para atuar nas mais diversas esferas, neste século.
O que chamamos de imaginação criativa não é algo que está pronto e encaixotado na prateleira. Ela não é rígida, programada, nem tampouco segue os padrões repetitivos das máquinas.
Também não reside na zona de conforto, pois não admite o estado de inércia. Ela pede estímulo, abertura ao novo, liberdade para se expressar, flexibilidade, capacidade de sonhar e coragem para colocar as ideias em movimento.
“A criatividade encontra solo fértil sempre que estamos abertos às possibilidades, afinal demanda ampliação de perspectiva e construção de múltiplos repertórios para fluir. Um médico pode ser um ótimo guitarrista, correr maratonas, participar de cursos livres sobre arte e gostar de marcenaria.
Restringir a trajetória pessoal e profissional a um único caminho, como ocorria no passado, é ficar à margem, preso a um contexto em total deterioração”, diz Ronaldo Carrilho, que é autor do Programa Semente e professor de Física, mas também pai de gêmeas, amante da natureza e um estudioso das habilidades socioemocionais.
Ouça também nosso podcast sobre competências socioemocionais:
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Como soltar a criatividade em sala de aula?
É na observação e no questionamento que a criatividade começa a ser semeada. O que Leonardo da Vinci e o artista de rua Banksy têm em comum? Por que achar uma trilha diferente para chegar a um mesmo destino? Será que consigo resolver uma equação de outra maneira? O que faço para economizar energia, além de apagar as luzes?
E, ao sair do campo das ideias para a ação, sem receio de arriscar, testar, errar e persistir para encontrar a solução, temos a criatividade sendo materializada.
“Na escola, ela pode ser incentivada, por meio de projetos e experimentações, que despertem a curiosidade e exercitem o protagonismo, o engajamento, o senso crítico, o empreendedorismo e a autoconfiança”.
Isso pode ocorrer desde uma vivência intramuros, com alunos pesquisando como utilizar a água de maneira cíclica no ambiente escolar para combater desperdícios, até extramuros, ao sinalizar, por exemplo, como uma comunidade do entorno pode obter renda, a partir de insumos locais não utilizados ou jogados no lixo.
“Todos podemos sonhar acordados, acumular repertório e libertar as ideias, para que tomem forma e transformem realidades”, reflete Carrilho.