Pais devem acompanhar o desenvolvimento da criança e participar da realização de tarefasO envolvimento da família no processo de aprendizagem socioemocional é fundamental, principalmente em relação às crianças menores, da faixa etária até 8 ou 9 anos.“Quando o Programa Semente chega a uma escola, uma das primeiras coisas que pedimos para a coordenação é justamente um bate-papo com os pais. Um de nossos autores ou consultores pedagógicos participa de uma reunião com as famílias para mostrar que um programa como esse não funciona se não houver finalidades em comum e responsabilidades compartilhadas”, diz Eduardo Calbucci, professor e um dos fundadores do Programa Semente.Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, até o terceiro ano, há vídeos voltados para os pais, com relatos sobre o que os filhos estão aprendendo. E umas das ações do programa, consideradas de grande importância, são as atividades para casa. Muitas vezes, elas envolvem a participação direta de alguém da família, que deve, por exemplo, responder a perguntas de uma entrevista. Mais do que dar a oportunidade para a criança aplicar em casa o que aprendeu em sala de aula, o objetivo é o engajamento da família.Calbucci cita como exemplo o tema da raiva. “A criança, quando tem esse sentimento, pode pensar que isso acontece só com ela. Na entrevista em casa, ao perguntar para outra pessoa quando ela teve um momento de raiva, a criança vai perceber que isso é uma emoção natural, que todos nós sentimos e sentiremos ao longo da vida”, afirma o professor.Além de tentar não estigmatizar as emoções, Calbucci também considera importante que a criança reflita sobre isso. “A questão não é sentir ou não sentir raiva, mas o que fazer com ela, com essa emoção desagradável que não gostaríamos de ter”, completa.