Mudança de rotina pode ser aproveitada para atividades diversas que privilegiem o contato com as pessoas do mundo real
O mundo digital e as redes sociais são invenções revolucionárias, que encurtaram as distâncias, aproximaram pessoas e fizeram com que o mundo ganhasse uma velocidade, uma agilidade e uma integração nunca antes vistas.“Mas isso é uma face da moeda. A outra é a dificuldade que, às vezes, algumas pessoas têm de sair desse mundo virtual para o mundo real e entender que as redes sociais são importantes e fazem parte da vida, mas existem algumas relações que só podem se dar fora desse universo digital”, afirma Eduardo Calbucci, professor e um dos autores do Programa Semente.Ele faz uma analogia dizendo que o mundo da tecnologia funciona mais ou menos como a dinamite. Seu inventor, Alfred Nobel, gostaria de que seu produto fosse usado apenas para fins pacíficos. “Mas não foi o que aconteceu, o que o frustrou bastante. No entanto, os juros da fortuna que deixou num banco da Suécia são divididos, todos os anos, entre pessoas que se destacaram em certas áreas do conhecimento. Daí o Prêmio Nobel de Literatura, de Física, de Química, de Medicina e da Paz”, conta o professor.Como exemplo desse aspecto de certa forma negativo das novas tecnologias, o professor cita o fato – até contraditório, à primeira vista – de hoje existirem aplicativos que controlam o tempo que a pessoa fica no celular. “As próprias empresas que desenvolveram os aparelhos entenderam que poderiam estar criando ou estimulando um vício que precisava ser combatido de alguma maneira”.
Mudança de rotina
Para Calbucci, as férias podem ser esse momento de mudança de rotina e de tentar deixar o celular um pouco de lado. “As pessoas têm a possibilidade de fazer outras atividades que normalmente não fazem durante o ano escolar. Por exemplo: andar mais no parque, conversar com as pessoas no mundo real e se desligar dessa necessidade que nós temos de manter essa conexão digital 100% do tempo”, conclui o professor.