O fato de os pais estarem casados ou separados é menos importante do que a família participar efetivamente da educação dos filhos
Problemas escolares normalmente têm mais de uma causa. Assim, se um estudante, filho de pais divorciados, está tendo baixo rendimento escolar, por exemplo, dificilmente isso poderia ser atribuído apenas à separação do casal.“Se os pais são divorciados, mas o filho passa uma parte do tempo com cada um deles e é bem acolhido nas duas casas, ele tem mais chance de ser feliz do que numa família com pais casados, mas que não conseguem participar da educação dos filhos ou que vivem brigando o tempo todo”, diz Eduardo Calbucci, professor e autor do Programa Semente. “O que vai deixar a criança ou o adolescente bem e contribuir para o seu desenvolvimento é ter pais ou responsáveis atentos - casados ou separados - e que estejam próximos e participem da vida escolar”.Calbucci lembra que, atualmente, temos diferentes arranjos familiares e elevado número de divórcios, e a escola tem que aprender a lidar com essas mudanças. Segundo ele, a escola sempre trabalhou com a formação de família tradicional – a criança que mora com o pai e a mãe e que tem irmãos – mas, hoje, é comum encontrar crianças que vivem apenas com a mãe, ou somente com o pai, que são adotadas, que moram com avós, que não têm irmãos, que são criadas num lar homoafetivo.O que a escola pode fazer quando ocorre a separação dos pais de algum aluno é ficar atenta e acompanhar o processo, pois isso pode representar uma perda muito grande para aquela criança ou adolescente. “A escola deve apontar se ocorrer uma mudança de comportamento do aluno. E essa conduta deve acontecer não só nessa situação de separação, mas em qualquer outra que envolva um acontecimento importante, como falecimento ou um caso de doença grave na família”, afirma.