Flexibilidade para se adaptar a mudanças e empatia continuarão sendo competências necessárias nas próximas décadas
Com os avanços tecnológicos e as rápidas mudanças que ocorrem no mercado de trabalho, os jovens de hoje têm o desafio de se prepar para uma realidade que nós não sabemos ainda como será. Uma estimativa do Banco Mundial mostra que dois terços dos estudantes que atualmente estão na Educação Básica irão trabalhar, em algum momento de suas vidas, em profissões que nem sequer existem.“Durante muito tempo, as pessoas escolhiam uma determinada profissão quando estavam no final do Ensino Médio, trabalhavam naquilo durante 30 ou 40 anos e depois se aposentavam”, diz Eduardo Calbucci, professor e um dos autores do Programa Semente, citando o escritor israelense Yuval Harari, autor do livro Sapiens: uma breve história da humanidade. “É bem provável que a geração que hoje está na Educação Básica não tenha esse luxo. E, por causa de todos as transformações tecnológicas, ela precise se reinventar aos 30, 40, 50, 60 anos”, completa.Calbucci dá como exemplo os professores que dão aulas na internet. “Esse é o caso muito interessante de uma profissão bastante antiga que passou por esse processo de reinvenção: quem imaginaria, há 10 ou 15 anos, fazer um curso de Letras ou Matemática e virar professor no YouTube?”, indaga. Segundo ele, esse processo deve acontecer com muitas outras profissões também.
Habilidades para o futuro
Nesse contexto, não temos como saber se muitos dos conteúdos tradicionais que são ensinados hoje nas escolas – como as próprias disciplinas do currículo básico: Português, Matemática, Ciências, Humanidades – serão realmente úteis daqui a 30 ou 40 anos.Por outro lado, ele aponta, saber como lidar com as mudanças, ter flexibilidade, demonstrar empatia e estar abertura para o novo – característica ligada à criatividade e à curiosidade para aprender – são habilidades que serão bastante úteis para enfrentar os desafios do mercado de trabalho nas próximas décadas. “E a boa notícia é que elas, felizmente, podem ser ensinadas”, finaliza o professor.