Domínio das emoções é fundamental para que os estudantes vejam um propósito nos estudos
A quantidade de aplicativos disponíveis em tablets e celulares faz com que a concentração nos estudos se torne cada vez mais difícil. No livro “A mente distraída”, o pesquisador Larry Rosen, da Universidade Estadual da Califórnia, aponta que distrações e interrupções, na maioria das vezes relacionadas à tecnologia, colidem com a habilidade de estabelecimento de metas. Dessa forma, com uma arma de distração em massa no bolso, os estudantes acabam desmotivados a buscar conhecimento.Mas, se por um lado, as novas tecnologias estão causando a perda de concentração, e, por consequência, de motivação, por outro, as habilidades socioemocionais podem ajudar a reverter esse problema. Isso porque o domínio das emoções desenvolve também a perseverança e o autoentendimento de que dificuldades são transitórias e podem ser superadas.Para Tania Fontolan, diretora do Programa Semente, o conhecimento socioemocional estimula o chamado "poder do ainda". Segundo a especialista, ter a postura do "não consigo, ainda", ou "não posso, ainda", é diferente do puro e simples "não consigo", que funciona como uma sentença insuperável. “Trabalhar essa ideia entre os alunos é um instrumento poderoso para aumentar a motivação nos estudos”, afirma.
Motivação
A percepção de que as dificuldades podem ser ultrapassadas está diretamente ligada ao autocontrole e ao autoconhecimento, que fazem parte dos cinco domínios do Programa Semente. As habilidades ajudam os alunos a enxergarem um propósito nos estudos e, a partir disso, dedicarem ao processo de aprendizagem.A solução para ter alunos mais motivados dentro e fora de sala de aula, portanto, não é sugerir o abandono dos dispositivos tecnológicos, mas ensinar os jovens, por meio do conhecimento socioemocional, a usá-los de maneira mais equilibrada. “Com propósito, os estudantes conseguem enxergar todas as atividades como passos para que se alcance autonomia, repertório para conhecer o mundo, instrumentos pessoais de crescimento e interação social equilibrada”, completa Tania.