Segundo especialista, quando a criança entende desde pequena que existem famílias diferentes umas das outras, ela se torna um indivíduo mais tolerante
As definições de família estão sendo atualizadas. Durante muito tempo, acreditava-se que o núcleo familiar era formado apenas por um homem, uma mulher e filhos, mas a sociedade contemporânea está construindo novos arranjos. Casais separados, crianças criadas com os avós, casais homoafetivos. Tudo é família. E as instituições de ensino devem fazer com que todas as crianças se sintam acolhidas no ambiente escolar.“É a velha metáfora: a gente não tem que fazer um gato caber em uma caixa, mas construir uma nova caixa para o gato”, afirma Eduardo Calbucci, um dos criadores do Programa Semente. Segundo o professor, quando as crianças percebem que há famílias diferentes entre si e que todas são igualmente válidas, elas se tornam adultos mais capazes de aceitar e valorizar a diversidade.“As habilidades socioemocionais ensinam a pessoa a se colocar na situação da outra, e entender que o outro não é um extraterrestre, mas somente uma outra pessoa diferente. Quando isso começa desde pequeno, tem efeito duradouro”, afirma Calbucci.O convívio com a diversidade ainda traz benefícios dentro de sala de aula. Ao conviver com o diferente, os estudantes crescem mais resilientes e aptos para enfrentar os desafios do século XXI.Dia da famíliaMuitas escolas hoje têm refletido sobre o significado de comemorações como o Dia das Mães ou o Dia dos Pais. Isso porque algumas crianças podem não ter um ou outro, mas não significa que não tenham família.“Algumas escolas, por conhecer bem seus alunos, têm problematizado essa questão criado o Dia da Família. É um modo de dizer que todas as formas de família são importantes na comunidade escolar. Por exemplo, se uma aluna acabou de perder o pai, é conveniente fazer uma festa de dia dos pais? Entender as novas dinâmicas e valorizar múltiplos arranjos familiares só trará benefícios para o convívio social”, garante Calbucci.