Sandra Dedeschi, gerente pedagógica da Semente Educação, dá dicas de como usar histórias e lendas para falar de emoções e aprimorar a imaginação criativa
Em 22 de agosto comemora-se o Dia do Folclore. A data foi oficializada em 1965, por meio de um decreto federal, para garantir a ampla proteção das manifestações da criação popular. Em um dos seus três artigos, a lei estabelece o ensino do folclore como parte essencial para a formação cultural do país.
Sandra Dedeschi, gerente pedagógica da Semente Educação, destaca que, ainda mais diante de um mundo tão tecnológico, é muito valioso trazer o folclore para o universo escolar. Mais do que explicar sobre a data ou só falar da sua relevância, os estudantes precisam vivenciar essas manifestações e senti-las, por meio de elementos que façam parte da vida da criança, como as brincadeiras, canções e histórias. “Conhecer nossa cultura é ponto de partida para que possamos lhe atribuir valor e nos conscientizarmos de sua importância”, defende.
Aprendizado socioemocional
Além do âmbito cultural e histórico, Sandra afirma que o folclore também pode contribuir para o aprendizado socioemocional em sala de aula. Segundo ela, cabe aos professores aproveitarem as histórias e as lendas do imaginário brasileiro como um recurso interessante para chamar a atenção de seus alunos para questões mais subjetivas.
“Ouvir a história, viajar dentro dela e se colocar no lugar das personagens mobiliza, principalmente, as competências de abertura ao novo: a curiosidade, a imaginação criativa e a sensibilidade estética”, explica a gerente pedagógica.
Outro caminho é propor uma reflexão sobre o que a personagem da história está sentindo em determinada situação, assim como fazer o aluno refletir sobre as emoções que ele mesmo sente escutando a narrativa. “Por que, quando eu ouço essa lenda, ela me desperta medo? E como eu lido com esse sentimento?”, exemplifica Sandra.
Dicas de leitura sobre folclore
Para esses exercícios, Sandra diz que os educadores podem explorar inúmeros textos da literatura infanto-juvenil. Autores, como Maurício de Sousa, com a Turma da Mônica, trazem uma abordagem divertida de alguns temas folclóricos para as crianças.
“Eu indico também a obra ‘Armazém do Folclore’, do Ricardo Azevedo, e o livro ‘Canções, Parlendas, Quadrinhas, Para Crianças Novinhas’, da Ruth Rocha”, acrescenta.
Boa leitura e viva o folclore brasileiro!