Ir a reuniões, conhecer os professores e ter informações sobre o aluno é uma forma de mostrar às crianças e aos adolescentes a importância que a escola tem para a família
A parceria entre família e escola contribui para o processo de aprendizagem dos estudantes, o estabelecimento de boas relações e a resolução de eventuais conflitos. É importante que os pais estejam em sintonia com o projeto pedagógico da escola, pois ele reflete a visão de educação do colégio e orienta a ação dos professores.Tania Fontolan, professora e diretora-geral do Programa Semente, explica que, de modo geral, a família educa o filho no espaço privado, no núcleo familiar ampliado e em meio a outras famílias com as quais têm afinidade. Por essa razão, as regras e valores transmitidos nesses ambientes tendem a ser mais afetivos e homogêneos.Já a escola é um espaço mais amplo: nela, alunos vindos de famílias diversas, com opiniões e valores diferentes, se encontram e passam a conviver em meio à maior diversidade. Além disso, as regras que vigoram tendem a ser impessoais, válidas para todos e definidas de acordo com as melhores soluções para o aprendizado e a convivência geral. “As duas formações, uma voltada ao espaço privado e a outra ao público, se complementam e permitem que cada uma atue adequadamente em sua esfera”, diz a educadora.Escolhida uma instituição com a qual a família se identifica, participar de reuniões e eventos da escola é muito importante. “Trata-se de mostrar concretamente que os pais valorizam a vivência escolar dos filhos, além de ser excelente oportunidade para trocar ideias com os professores sobre o cotidiano do aluno na escola, suas características, possibilidades, dificuldades, comportamento e interação social, entre outros aspectos”, afirma Tania. “Não adianta os pais dizerem aos filhos que precisam estudar e que a escola é importante se nunca encontram tempo para acompanhar o que diz respeito ao universo escolar”.
A importância do acompanhamento
Nesses contatos, os pais podem saber, por exemplo, que seu filho, calmo e educado em casa, tem comportamento agressivo na escola, e buscar junto com os educadores estratégias para lidar com isso. Os pais também têm a possibilidade de compartilhar com os professores eventuais casos de bullying que ouvem em casa, que nem sempre os educadores têm conhecimento, e as estratégias utilizadas pelos professores que são relatadas com mais entusiasmo em casa.Essa troca deve ser maior nas séries iniciais e pode ser mais espaçada nas séries finais. “Mesmo no Ensino Médio, comparecer às reuniões propostas pela escola é uma forma de dividir informações importantes dessa fase de vida dos adolescentes e continuar demonstrando o valor que a família dá à formação escolar”, completa a diretora.