Pais e professores devem estimular a criança e o adolescente a enfrentar os desafios que surgem na rotina escolar e na própria vidaCada aluno aprende de um jeito e tem um ritmo próprio de aquisição e construção do conhecimento. Por isso, é muito importante que os professores tenham estratégias diversas de ensino, de modo a contemplar e desenvolver as potencialidades de todos os estudantes.“Felizmente, nas últimas décadas, educadores e pesquisadores que se dedicam aos processos de aprendizagem e uso da inteligência superaram a visão equivocada de que há um único modelo para apreensão de conhecimentos e resolução de problemas, válido para todas as pessoas”, afirma Tania Fontolan, professora e diretora-geral do Programa Semente.Ela aponta que o fato de um aluno não se destacar em tarefas ou formas de aprendizagem discursivas não significa que ele não tenha talento para outras formas de aprendizagem ou expressão. Da mesma forma, as características que são menos desenvolvidas devem ser estimuladas para que se ampliem. Ou seja, ainda que a pessoa não tenha uma facilidade inata, a capacidade discursiva pode ir aumentando com estímulo, dedicação e esforço.
Persistência
Outro aspecto dessa questão, de acordo com ela, é a atitude de alunos que desistem diante de uma dificuldade. Ela explica que isso não tem relação, necessariamente, com menor aptidão para aquela forma de aprendizagem e pode significar simplesmente falta de empenho. “É preciso respeitar os talentos naturais, sem deixar de tentar desenvolver os outros, cobrar empenho e não aceitar facilmente uma atitude de desistência ou conformismo diante de obstáculos”, orienta.Tania sugere que em vez do “eu não consigo” ou do “ele não consegue”, o lema a ser praticado deve ser o “eu não consigo ainda”, “ele não consegue ainda”. “Essa é uma aprendizagem de foco, empenho e resiliência que terá impactos por toda a vida”, finaliza.