Momento marca a entrada na vida adulta e deve envolver autocontrole e planejamento, para que essa passagem ocorra da forma mais tranquila possívelO fim do Ensino Médio representa um momento de profundas transformações para o estudante. Até então, desde a Educação Infantil, ao término de cada ano escolar, o aluno sempre sabia o que iria lhe acontecer no ano seguinte: ao ser aprovado, cursaria a próxima série.Mas, no 3º ano do Ensino Médio, pela primeira vez na vida escolar, o estudante tem que conviver com o desconhecido. No próximo ano, ele não sabe se estará na faculdade, num curso pré-vestibular ou, dependendo da situação, se começará a trabalhar. Além disso, para muitos alunos, entrar na faculdade pode significar outras mudanças, como ir para outra cidade e morar sozinho, com parentes, com amigos ou numa república.“É o fim de um ambiente de segurança, que é a Educação Básica, e o ingresso na fase adulta. Uma espécie de ritual de passagem”, diz Eduardo Calbucci, professor e um dos autores do Programa Semente. “Trata-se de uma situação completamente nova que, talvez, seja a primeira grande transformação de vida pela qual os adolescentes são obrigados a passar”.Segundo ele, essa situação pode trazer muita insegurança, sentimento que está ligado ao medo, mais especificamente a dois estados do medo, que são a preocupação e a ansiedade. “Esses sentimentos nascem de uma sensação de que não seremos capazes de enfrentar uma dificuldade, um perigo. Muitas vezes, eles podem amplificar os riscos e, ao mesmo tempo, diminuir a percepção da nossa capacidade de enfrentar esses desafios. Isso pode ser altamente perturbador, paralisante”, afirma o professor.De acordo com ele, nós, seres humanos, felizmente, fomos de alguma forma preparados para lidar com essas mudanças. E, nessas situações, vale a pena diferenciar as preocupações improdutivas das produtivas e focar nestas últimas.
Preocupações produtivas e improdutivas
As preocupações improdutivas estão ligadas a aspectos sobre os quais não temos nenhum controle. Assim, de nada adianta a pessoa ficar pensando se o vestibular vai ser difícil ou não ou se ela vai gostar da faculdade e dos novos amigos, pois são questões que não temos como controlar.Já as preocupações produtivas dizem respeito a atitudes que podemos tomar, como continuar estudando para ir bem nos exames vestibulares, conversar com pessoas que já passaram por isso e conhecer algumas faculdades. “São planejamentos e medidas que podemos adotar para que essas mudanças sejam mais tranquilas”, orienta o professor.