Aprendizagem socioemocional ajuda a entender esse momento e a controlar a preocupação
Na volta às aulas para o segundo semestre do ano letivo, os alunos podem viver um momento maior de tensão e pressão por resultados. Isso costuma afetar, principalmente, os estudantes do último ano do Ensino Médio, que começam a se aproximar de uma época muito decisiva na vida deles, que é o Enem e os grandes vestibulares.Em agosto, já começam as inscrições para alguns dos processos seletivos mais importantes do país, como o da Fuvest, que faz a seleção para a Universidade de São Paulo (USP), e o da Unicamp. Logo depois, é divulgada a relação candidato/vaga dos cursos. No começo de novembro, é a vez Enem. O segundo semestre letivo já é normalmente mais curto do que o primeiro, e todos esses eventos colaboram para dar uma sensação maior de proximidade com o fim do ano.Esse período traz, ainda, um elemento de incerteza: pela primeira vez na vida, esse jovem não tem a menor ideia do que vai acontecer com ele no próximo ano. “Quando ele estava no 8º ano, por exemplo, ele sabia que no ano seguinte estaria no 9º. Uma vez no 9º, ele aguardava o 1º ano do Ensino Médio, e assim por diante. Mas, ao acabar essa etapa final, ele não sabe se estará na faculdade ou fazendo cursinho, se vai continuar morando no mesmo lugar ou mudará de cidade”, diz Eduardo Calbucci, professor e um dos fundadores do Programa Semente. “Essa talvez seja a primeira grande mudança da vida dele, e isso causa algum tipo de desestabilização”.Calbucci explica que os alunos que já tiveram contato com programas de aprendizagem socioemocional têm muito mais ferramentas para entender esse momento e controlar a ansiedade e a preocupação. “Além disso, o equilíbrio emocional é tão ou mais importante do que os conteúdos tradicionais para obter bons resultados”, afirma.Outro componente de tensão para esses alunos pode ser decisão por um curso superior e uma profissão. “Tudo isso torna esse segundo semestre um turbilhão sentimental, e as escolas têm que dar uma atenção especial para esse momento”, considera o professor.