A orientação é gastar a energia com o que está sob nosso controle – o estudo e a preparação para as provas – e não sofrer por suposiçõesA proximidade do Enem e dos vestibulares costuma causar muita ansiedade nos estudantes. Para tentar controlar essa emoção, é importante entender o que é ansiedade e como ela age. “A ansiedade é uma emoção da família do medo, sentimento que está ligado a uma percepção de perigo”, diz Eduardo Calbucci, professor e um dos fundadores do Programa Semente. “É uma antecipação de um risco, que vem acompanhada da sensação de que não seremos capazes de enfrentar esse desafio.”Esse tipo de sentimento pode ter um aspecto positivo, caso ele se transforme em determinação para vencer esse suposto obstáculo. Mas ele também pode ser perigoso, ao deixar a pessoa paralisada, sem saber o que fazer. “Quando a ansiedade se torna paralisante, a gente fica mais imaginando um problema que pode acontecer do que realmente lutando para que esse problema não se manifeste”.Assim, a recomendação, segundo ele, é que, a dois meses da prova, os alunos coloquem o foco naquilo que são capazes de controlar e não em meras suposições, que, muitas vezes, estão associadas ao que está fora do seu controle. “Ficar se perguntando se a prova deste ano vai ser mais difícil do que a do ano passado, se a nota para entrar na faculdade vai ser mais alta ou se os concorrentes estarão mais bem preparados só vai gerar pensamento ansiosos”, exemplifica. “Porque não há nada que se possa fazer em relação a isso”.Calbucci diz que, às vezes, um aluno que fica com esse tipo de pensamento vai fazer uma prova e, depois, vê que a prova não foi tão difícil quanto imaginava. Isso significa que “o alarme do medo e da ansiedade estava desregulado”.Ele ressalta também que, quando estamos com um pensamento ansioso, não adianta “brigar” com ele. Quando esse pensamento surgir, vale a pena se perguntar: “Será que eu não estou antecipando um problema que pode não ser real? Não estou gastando energia demais com alguma coisa que não está sob meu controle?”. De acordo com ele, esse é um movimento importante para que o aluno não deixe de fazer aquilo que é relevante: continuar estudando e se preparando para a prova, e não gastar energia com algo que não está sob nosso controle.