Sem os resultados oficiais, imaginar o desempenho no exame pode ser precipitado; estudante deve considerar a experiência como aprendizado e focar nas próximas provasPassada a maratona de provas do Enem, é comum alguns estudantes desanimarem por pensar que não foram tão bem no exame quanto tinham planejado. Eduardo Calbucci, professor e um dos autores do Programa Semente, alerta que isso pode ser uma precipitação e atrapalhar o desempenho nas provas seguintes.“Não é tão fácil assim o aluno descobrir se foi bem ou não no Enem. Afinal, os resultados só serão divulgados em janeiro. E, como o estudante não tem como saber o desempenho de seus concorrentes, é uma suposição imaginar se foi bem ou mal, sobretudo num exame corrigido por TRI (Teoria de Resposta ao Item), em que não necessariamente quem fez mais pontos vai ter a melhor nota”, afirma o professor.Ainda assim, um eventual resultado ruim no exame não teria interferência no desempenho do aluno em outros vestibulares e processos seletivos. “Para muitos estudantes, o Enem é apenas a primeira de muitas provas, mas cada exame tem suas características e sua dinâmica. Não é porque não foi bem no Enem que o aluno também não irá bem nas outras provas. Todas essas reflexões são importantes para desfazer esse tipo de impressão”, diz Calbucci.
Foco na próxima prova
Para ele, independentemente do que aconteceu no Enem, o foco tem que ser na próxima prova, ou seja, o que está sob o controle do estudante, e não o que já passou e não pode ser mudado. “Até porque o vestibular, o Enem ou qualquer processo de ingresso para uma faculdade não é uma corrida de 100 metros rasos, mas uma maratona. Ganha, na verdade, quem está melhor no final dela, não no começo”.Mas, eventualmente, se o estudante achou que o comportamento dele antes da prova, a maneira de resolver alguma questão ou o modo de distribuir o tempo não funcionou, isso pode servir de aprendizado para as próximas provas. “Pegar tudo aquilo que não deu tão certo quanto se imaginava e fazer diferente para os próximos exames talvez seja o melhor caminho”, orienta o professor.