Com diferentes focos em suas pesquisas, conheça alguns pensadores que trouxeram contribuições essenciais para a área
O ensino das competências socioemocionais exige uma formação continuada por parte dos profissionais, que devem estar “antenados” em relação às atualizações da área e às transformações do século XXI. Para isso, é importante revisitar conceitos tidos como base para a educação, além de buscar conhecer novos pesquisadores.
Pensando nisso, Sandra Dedeschi, autora do Programa Semente e Mestre em Psicologia Educacional, e Celso Lopes de Souza, psiquiatra e um dos fundadores da Semente Educação, indicaram seis autores que são referências em processos de ensino e desenvolvimento humano. Confira!
António Damásio – estudo do cérebro e das emoções humanas
O médico neurologista e neurocientista analisa as interferências das emoções, que estão presentes constantemente e em quaisquer circunstâncias, na vida das pessoas. Um de seus focos é mostrar a influência que as emoções têm especificamente nos processos de tomada de decisão. Atualmente, Damásio é professor na Universidade do Sul da Califórnia.
Dica para estudo: livro A estranha ordem das coisas: as origens biológicas dos sentimentos e da cultura, António Damásio.
Paul Ekman – emoções e expressões faciais
O psicólogo norte-americano é um dos pioneiros no estudo sobre as emoções e expressões faciais, tendo sido, inclusive, consultor da popular animação Divertida Mente. Seus estudos indicam as definições e os caminhos que seguem os sentimentos. Ekman criou a Teoria da universalidade das emoções, em que constata a existência de sete emoções universais que se manifestam por meio das mesmas expressões faciais em diversos locais no mundo.
Dica para estudo: site Atlas das emoções
Aaron Beck – armadilhas de pensamento
Entre as ideias de Beck, psiquiatra norte-americano e professor do departamento de psiquiatria na Universidade da Pensilvânia, destacam-se os aspectos relativos às armadilhas de pensamento. Segundo ele, as pessoas podem ser enganadas pelos próprios pensamentos, mas há a possibilidade de aprender a detectar quando isso acontece e reformular o que se está pensando. Essa habilidade pode ajudar a enfrentar as situações de forma mais equilibrada.
Dica para estudo: livro Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática, Judith Beck. Nessa obra, a filha de Aaron Beck apresenta os principais pontos da TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), desenvolvida pelo pai.
Martin Seligman – bem-estar
O psicólogo e professor nova-iorquino desempenhou importante papel na criação da Psicologia Positiva, principalmente ao propor que o indivíduo deixe de focar no que deu errado e opte por destinar a atenção ao que deu certo. Seu trabalho demonstra a preocupação com o desenvolvimento de instrumentos que promovam a felicidade e o bem-estar, aspectos de grande relevância para a aprendizagem socioemocional. Atualmente, Seligman é diretor do Centro de Psicologia Positiva da Universidade da Pensilvânia.
Dica para estudo: livro Florescer: Uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar, Martin Seligman.
Jean Piaget – autonomia moral
O renomado biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço considerou que as pessoas nascem biologicamente preparadas para se tornarem inteligentes, o que ocorre por meio da interação com o meio. Em um de seus estudos, Piaget volta-se para o desenvolvimento moral da criança, defendendo que todo indivíduo pode atingir a autonomia moral e apontando a relevância das interações sociais, principalmente entre pares.
Ele afirmou a possibilidade de as pessoas tornarem-se autônomas, mas não prosseguiu os estudos nesse campo, já que seu ideal era apenas compreender como o sujeito constrói conhecimentos. No entanto, essas ideias serviram de base para outros autores que expandiram as pesquisas. Considerando que um sujeito se desenvolve cognitiva, afetiva e moralmente, as ideias de Piaget são relevantes para uma educação integral e para a aprendizagem socioemocional.
Dica para estudo: livro O juízo moral da criança, Jean Piaget.
Luciene R. Tognetta – desenvolvimento da moralidade, ética e convivência escolar
O trabalho da especialista em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano é uma ótima sugestão para compreender o fenômeno do bullying, tomando ciência de suas características e particularidades. É preciso entendê-lo como uma forma de violência e não confundi-lo com conflitos interpessoais. Vale destacar que a aprendizagem socioemocional, por meio de um trabalho intencional, contribuirá para a prevenção dos problemas de convivência na escola.
Dica para estudo: livro Bullying e convivência em tempos de escolas sem paredes, Luciene R. Tognetta.