Situações ou circunstâncias em que estresse e sobrecarga de trabalho são frequentes aumentam o risco de desenvolver a Síndrome de Burnout; aprendizagem socioemocional pode ser aliada na motivação e no engajamento dos educadores
O trabalho e o estresse excessivos podem se transformar em algo preocupante: a Síndrome de Burnout. Ela consiste no esgotamento profissional e manifesta-se quando há diminuição da empatia, flutuação do humor e isolamento, entre outras características, por períodos prolongados. Além de afetar negativamente a performance no trabalho, o distúrbio também atinge os relacionamentos pessoais e sociais.Segundo Celso Lopes de Souza, médico psiquiatra, professor e fundador do Programa Semente, quando a escola percebe que isso está acontecendo com os professores, não por um dia ou uma semana, mas por um tempo prolongado, é motivo para acender um sinal de alerta. “A Síndrome de Burnout está associada a vários outros quadros. Ela pode preceder uma situação depressiva e o abuso de substâncias, como o álcool”, explica.A boa notícia é que, apesar da pandemia ter aumentado os níveis de Burnout, estudos que estão sendo conduzidos na Inglaterra mostram que o ser humano possui um “sistema imunológico psíquico” muito forte. “O exemplo mais recente que poderíamos citar é a pandemia. Em locais onde ela está ficando para trás, há uma diminuição da incidência de quadros depressivos e ansiosos, indicando que temos uma capacidade grande de recuperação”, aponta o médico.Celso diz que a principal orientação para evitar o Burnout é atuar na prevenção. “Há várias estratégias que podem ser aprendidas para modular o estresse. “Por exemplo, conseguir modular as percepções de risco que enfrentamos, que se manifestam na forma de medo, preocupações e ansiedade; de injustiça, que aparece na forma de raiva; e de perda, por meio de sentimentos de tristeza.”
Iniciativas do Programa Semente com foco no professorO médico conta que, desde o início da pandemia, a equipe do Programa Semente já vinha fazendo um trabalho de formação socioemocional para professores, com uma atualização sobre o que são essas competências e como podem ser estimuladas.Mas, para atender os educadores de forma mais personalizada, foi desenvolvida uma plataforma digital exclusiva, a Plataforma S, que estará disponível a partir de agosto. Com base nas respostas que o educador dá em relação à percepção que tem sobre o seu grau de desenvolvimento de determinadas competências socioemocionais, ele recebe, automaticamente e sob medida, sugestões de cursos. O ciclo formativo tem cerca de 20 horas, e o usuário pode realizar no seu tempo.Celso considera que, como sabemos que podemos prevenir problemas como a depressão e a Síndrome de Burnout com estratégias de educação, não podemos deixar isso para trás, principalmente, porque os tempos serão cada vez mais de mudanças e desafios.“Se há professores enfrentando essas questões, é preciso ter uma conversa franca e acolher. E a ciência vem mostrando que nós não somos as nossas emoções. Somos quem sentimos as nossas emoções, mas somos maiores do que elas. Hoje, temos uma série de caminhos para lidar com isso. Então, é acolher, orientar, contar com ajuda profissional, quando for o caso, e ter a convicção de que esses ciclos de dificuldade vão passar.”Gostou? Então conta pra gente! Deixe seu comentário e leia mais conteúdo sobre habilidade socioemocional no site.