Reuniões periódicas facilitam o compartilhamento de informações, que são fundamentais para a orientação de ações, resolução de problemas e aperfeiçoamento de práticas pedagógicas
A complexa tarefa de educar passa por um período de profundas transformações. Há poucas décadas, a escola era o grande centro de formação e transmissão de conhecimentos e tinha sua legitimidade e autoridade pouco contestadas. Atualmente, ela concorre com muitos outros locus de saberes – alguns considerados pelos alunos mais divertidos e interessantes -- e tem sua prática cotidiana escrutinada permanentemente pelas famílias, pelas redes sociais e pela mídia. A avaliação é de Tania Fontolan, professora e diretora-geral do Programa Semente.“Nesse contexto, mais do que nunca, é importante ter um projeto pedagógico e segui-lo, saber com clareza as finalidades de cada ação pedagógica, preparar as estratégias que serão usadas em sala de aula e utilizar as provas e avaliações como fontes permanentes de informações sobre a efetividade do que está sendo trabalhado”, diz a diretora.Nesse processo tão cheio de nuances, Tania considera que a interação entre gestores e educadores torna-se ainda mais fundamental. Os primeiros têm uma visão mais completa do projeto pedagógico e do funcionamento da escola como um todo, até pela própria característica da função. Cabe ao gestor orientar os educadores das diversas áreas e segmentos, zelando para que as ações não se afastem do projeto da escola e garantindo espaço para trocas de experiências entre professores, para que todos realizem seu trabalho cada vez melhor.Os educadores, por sua vez, além de compartilharem informações entre si, como o tipo de metodologia pedagógica que pode funcionar melhor para cada turma, devem municiar os gestores com dados sobre aspectos relevantes do seu cotidiano com os alunos -- por exemplo, relatando casos de dificuldades de aprendizado ou comportamento. “Essas informações são preciosas para os gestores compartilharem boas práticas e auxiliarem na resolução de problemas”, diz Tania.
Experiência e aprendizado
Além disso, de acordo com ela, é esperado também que os professores reportem problemas relacionados à infraestrutura, como calor ou barulho excessivos e funcionamento dos equipamentos audiovisuais, para que providências sejam tomadas continuamente. “Reuniões periódicas de todo o grupo de educadores facilitam essas trocas de experiências e tendem a deixá-las mais variadas e completas, assim como um clima amistoso na sala dos professores contribui para a integração e para um bom ambiente na escola”, completa.Por fim, Tania ainda destaca que os educadores devem se sentir apoiados para sua ação, quando seguem o projeto da escola, e reconhecer investimentos feitos em seu aperfeiçoamento e crescimento profissional. “E também precisam aproveitar as oportunidades de formação oferecidas pelas escolas. Afinal, ninguém perde por aprender mais e se aprimorar”, conclui a diretora.