Nem sempre as férias escolares significam temporada de folga para todos os membros da família. Mas é possível inserir, no dia a dia, momentos para todos estarem juntos, transformando-os na base de relações fortes e saudáveis.
A educadora Sandra Dedeschi, mestre em psicologia educacional e autora do Programa Semente, deixa algumas dicas para reunir pais, crianças e adolescentes durante as férias, incentivando a diversão, o diálogo, o convívio e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
Cabe mais um no sofá?
Atire a primeira almofada, quem não curte um bom filme, documentário ou série, ainda mais se tiver pipoca e gente para comentar ao lado. Produções audiovisuais são ótimas pedidas nas férias para juntar a família, aguçar emoções, promover reflexão e gerar debate em torno de vários temas, como sonhos, desafios, superação, respeito às diferenças, cooperação e abertura ao novo.
Saindo do forno!
Que tal achar aquele livro de receitas herdado da avó ou então explorar alguma novidade no YouTube para uma aventura culinária conjunta? Dá para dividir tarefas, colocar a mão na massa e soltar a criatividade, adicionando um toque gourmet no preparo. O ponto desandou? A frustração pode até ser parte do processo, mas vai render boas memórias das férias em família.
Todo mundo pronto?
Procurar um parque para conhecer, checar as atividades culturais que estão em cartaz, fazer uma trilha a pé ou de bicicleta, organizar um piquenique. Combinar passeios em família, além de mudar a rotina e trazer satisfação, aumenta o repertório, favorece o diálogo e estreita laços afetivos.
Liberdade criativa
Mímica, adivinhação, faz de conta, stop, caça ao tesouro, brincadeiras prontas ou inventadas na hora. Estimular a capacidade criativa de crianças, adolescentes e adultos nunca é demais! O importante é conviver, interagir e se entregar à diversão!
Emocionômetro: dos espaços de diálogo à prática da gratidão
Reservar tempo nas férias escolares para identificar e modular emoções é fundamental. Uma ideia é separar potes transparentes e nomeá-los: alegria, tristeza, medo, raiva, vergonha, calma – abrindo espaços de diálogo e de escuta. A criança ou o jovem pode expressar seu sentimento colocando no potinho escolhido bolinhas de tecido ou de papel. Um painel também pode ser fixado em local estratégico da casa para escrever sobre o que agradecer a cada dia.
“É essencial criar momentos agradáveis e de união em família, adaptados da melhor forma ao estilo de vida e à rotina de pais e filhos. Isso não quer dizer que crianças e jovens tenham de abrir mão de um tempo sozinho ou dedicado aos amigos. Tudo pode ser muito bem dosado e aproveitado. O principal é estabelecer conexões e fortalecer vínculos”, destaca a educadora.