O processo de volta às aulas pode ser um momento de “tirar as teias da cabeça”. Aprender e ensinar, após um período de menos exercícios mentais, pode parecer uma tarefa difícil. Lidar com novos compromissos e responsabilidades ao mesmo tempo – seja no papel de professor, seja no de estudante – exige habilidades de autogestão muito bem desenvolvida.
Não é surpreendente que, no final da semana, muitas vezes, alunos e docentes acabem se sentindo pressionados, exaustos e ainda com muitas coisas para fazer. Por isso, no início do ano, é importante que professores, pais e outras pessoas da comunidade escolar estejam atentas à “temperatura” emocional dos estudantes.
E a melhor estratégia para usar o fôlego da renovação, buscando formas de fazer as coisas de maneira diferente ao longo do ano letivo, é partindo do desenvolvimento das competências socioemocionais da família da autogestão.
Pensando nisso, um dos fundadores do Programa Semente, os professor Eduardo Calbucci, dá algumas dicas para estudantes e professores.
O que é a autogestão?
A autogestão é uma família de competências socioemocionais que são responsáveis pelo lado executivo da vida. São aquelas habilidades que estão ligadas à nossa capacidade de fazer as tarefas, de cumprir aquilo que foi combinado, de agir de acordo com o que imaginamos.
Fundamentalmente, são cinco competências que pertencem a essa família: foco, organização, determinação, persistência e responsabilidade. A combinação dessas habilidades faz com que a pessoa tenha uma autogestão bem desenvolvida.
Como o estudante pode desenvolver essas competências?
É fundamental que o estudante crie a sua rotina de estudos interligada a uma estratégia que possa desenvolver a autogestão. Para isso, é necessário desenvolver, em primeiro lugar, sua responsabilidade. Afinal, um planejamento foi feito e é importante cumpri-lo. Com isso, ele também irá precisar de constância e persistência.
Em cada momento do estudo, o jovem precisa dar o melhor de si mesmo, o que exige determinação e foco. E pequenas ações, como criar um cronograma, fazer um planejamento e ter uma mesa de trabalho organizada fazem toda a diferença, aumentando a produtividade.
Mas será que é possível conciliar essa rotina com o lazer?
“É necessário! E uma das maneiras de fazer isso é justamente com organização. Quando uma pessoa é organizada, ela ganha tempo. E, quando ganhamos tempo, temos mais espaços na nossa agenda para fazer outras coisas que julgamos importantes”, explica Eduardo Calbucci.
Uma pessoa organizada e responsável não perde tempo durante o estudo. Se ela for focada, vai conseguir fazer mais em menos tempo e, consequentemente, ter mais momentos de descanso mental, o que é fundamental para o aprendizado.
Como os professores podem estimular a autogestão
Segundo Calbucci, para os professores, as mesmas orientações são válidas. As competências socioemocionais podem ser desenvolvidas em qualquer momento da vida.
Um professor organizado vai ganhar mais tempo e ser mais produtivo, conseguindo conciliar as tarefas do dia a dia com momentos voltados para atividades pessoais.
“Quando todas as competências da autogestão se combinam, fazemos o que prometemos, cumprimos com o combinado e de maneira mais eficiente. Essa eficiência é fundamental para o sucesso acadêmico e profissional”, finaliza o especialista.