Entender a fragilidade como algo natural faz parte do processo de autoconhecimento
A palavra vulnerabilidade, normalmente, possui um sentido negativo e designa a característica de alguém que está numa situação de opressão e sofrimento. No entanto, ao ampliar um pouco o significado desse termo, pode-se entender vulnerabilidade como qualquer tipo de fragilidade – e, aí, ela pode adquirir uma conotação positiva.“Assumir nossas próprias limitações e fraquezas é um pré-requisito importante para o crescimento pessoal e profissional. É uma forma de negar a síndrome do super-herói”, diz Eduardo Calbucci, professor e um dos fundadores do Programa Semente.Ele explica que, em geral, as pessoas acreditam que aqueles que conseguiram o sucesso não são frágeis. “Mas é exatamente o oposto disso. Essas pessoas, na verdade, conseguem agir, apesar dos momentos de dúvidas e de incerteza. É um equívoco pensar que vulnerabilidade, fragilidade e fraqueza são incompatíveis com sucesso pessoal, profissional e acadêmico”, afirma.Mostrar nossas fragilidades seria, no fundo, uma demonstração de autoconhecimento, pois não há pessoas que sentem apenas emoções agradáveis ou desagradáveis. Todos nós vamos ter que passar por adversidades.
A vulnerabilidade e o autoconhecimento
O autoconhecimento, segundo ele, é fundamental para as pessoas poderem enfrentar esses momentos de fragilidade. Por exemplo: sabemos que não é adequado tomar uma decisão importante quando estamos vulneráveis. Assim, quando a pessoa reconhece que está nesse estágio, ela ganha mais elementos para não cometer erros numa situação como essa.A vulnerabilidade também pode estimular a empatia. Isso porque temos mais facilidade de sermos empáticos quando identificamos no outro características parecidas com as nossas. “Cada vez que alguém tem coragem de demonstrar essa vulnerabilidade, temos mais elementos para estabelecer boas relações. Muitas vezes, as pessoas podem sentir medo de alguém que nunca demonstra fraquezas”, ressalta.Outro aspecto positivo de aceitar a vulnerabilidade é poder arriscar, errar, o que significa estar mais aberto para aprender e viver novas experiências. “Quando alguém deixa de fazer algo por receio do erro, na verdade, está com medo de admitir a possibilidade de fraqueza ou de fragilidade. Admitir isso como algo natural faz parte do processo de amadurecimento”, aponta o professor.