Pais devem impor limites no uso de tablet e smartphones das crianças
Se há sete anos apenas 10% das crianças norte-americanas tinham acesso a aparelhos eletrônicos dentro de casa, no ano passado, o índice foi de 95%, aponta um estudo chamado Zero to Eight. A universalização dos gadgets tem transformado não só as relações interpessoais, mas a formação motora da nova geração. Diante dessa situação, muitos pais se perguntam quais os limites devem ser impostos aos pequenos.Segundo o psiquiatra Celso Lopes de Souza, educador e fundador do Programa Semente, todo exagero é prejudicial e por isso, é necessário impor limites. “Controlar a quantidade de horas e a qualidade do conteúdo nos tablets e smartphones é fundamental. Os pais precisam perceber que não é saudável uma vida onde você fica absorvido 10 horas por dia pelas plataformas digitais”, indica o médico.Como as ferramentas tecnológicas de interação e relação social são ainda muito recentes – basta lembrar que a difusão em larga escala dos smartphones aconteceu a pouco mais de uma década - ainda não existem estudos concretos sobre seus potenciais benefícios ou malefícios no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Apesar disso, é possível entender os potenciais dos aparelhos e desenvolver a capacidade de dominá-los através do conhecimento socioemocional.“Os estudos apontam que a capacidade de controlar impulsos é uma habilidade socioemocional fundamental para a realização pessoal e profissional. O controle de impulso geralmente está associado à capacidade de postergar prazeres que possam trazer desprazeres. É necessário ajudarmos as crianças a perceberem os momentos em que elas tem perdas porque não conseguiram desgrudar dos seus aparelhos celulares. Por exemplo: quando deixam de ir a algum evento com os amigos para ficar jogando ou nas redes, e se arrepender ao descobrir que o evento foi muito legal. Essa é uma situação que pode ser utilizada para explicar e aplicar o autocontrole”, conclui.