Internet exige capacidade de discernimento para a tomada de decisões
A disseminação de boatos sempre existiu, mas com a internet atingiu proporções até pouco tempo inimagináveis. Num mar de perfis mal-intencionados nas redes sociais e de páginas pouco confiáveis que simulam portais de notícias, a aprendizagem socioemocional pode ajudar a desenvolver habilidades que auxiliam o usuário a lidar com as notícias falsas.Segundo o professor Eduardo Calbucci, um dos fundadores do Programa Semente, as “fake news” são problemas porque podem manipular nossas as decisões. Por isso, uma boa atitude perante as notícias que nos chegam pela web é duvidar das primeiras impressões.“A grande questão é que nós tomamos decisões com base nas informações que temos diante de nós. Se essas informações não são confiáveis, tomaremos más decisões. É preciso sempre buscar novas informações, desconfiar das coisas, fugir dos estereótipos. Isso é decisivo para que a pessoa faça boas escolhas”, afirma.
Na prática
Um exemplo claro disso é uma “fake news” que se espalhou nos últimos anos sobre vacinação. Usuários de Whatsapp e páginas de Facebook, por exemplo, divulgaram que vacinas contra o sarampo, a caxumba e a rubéola poderiam desenvolver autismo nas crianças. O alcance da história foi tão grande que levou o Ministério da Saúde a fazer um desmentido oficial.Por causa desses boatos, muitas famílias optaram por não vacinar os filhos, pois tomaram decisões apenas com base nas informações que tinham disponíveis. Ao serem bombardeados com a informação de que vacina causa autismo, pais e mães ficaram com medo e optaram, em alguns casos, por não vacinar os filhos.“Não imagino que uma mãe que decida não vacinar o filho esteja querendo o mal dele. Se ela faz isso é porque teve uma informação errada. Por isso, é necessário procurar especialistas, ouvir mais de uma versão do mesmo fato. Tudo isso vai colocando informações mais confiáveis em nossa cabeça”, ressalta Calbucci.