Um dos maiores desafios na vida é aprender a lidar com expectativas não cumpridas
Milhões de estudantes prestam vestibular todos os anos para concorrer a uma vaga entre as 2.448 instituições de ensino superior no Brasil. Segundo o Inep, só no Enem 2018 foram 5,5 milhões de pessoas inscritas. Desse total, muitos não estão fazendo o exame pela primeira vez e outros deverão repeti-lo no próximo ano. O aumento da concorrência, a falta de preparo e o nervosismo pode acabar com a não classificação do vestibulando. Como enfrentar o turbilhão de emoções causados pela eliminação?A primeira coisa é evitar uma caça às bruxas, não buscar um culpado para justificar esse acontecimento. “Normalmente, quando não conseguimos algo, há uma série de fatores envolvidos. Poucas pessoas conseguem na primeira tentativa. Existem muitos casos de estudantes que tentaram uma, duas, três, quatro vezes, e isso não tem grande importância para vida profissional futura. É importante compreender isso serenidade”, afirma Eduardo Calbucci, professor e um dos criadores do Programa Semente.É importante que o estudante faça uma avaliação do percurso da maneira mais isenta possível para focar no que deve ser melhorado no próximo ano. A aprendizagem socioemocional ajuda a focar naquilo que se pode controlar.“Um dos maiores desafios que a gente tem na vida é lidar com as expectativas não cumpridas. Por isso, é preciso fazer um balanço equilibrado do que ocorreu. Por que houve uma matéria com resultado diferente do esperado? Será que eu estudei menos porque eu acreditei que já sabia? O que eu posso fazer diferente da próxima vez?”, ressalta Calbucci.Não passar no vestibular não é o fim do mundoO estudante que não passou no vestibular precisa ter em mente que a desclassificação não é o fim do mundo, que ainda haverá outras chances para tentar e que o importante é não desistir. Não é possível controlar se a prova do ano que vem será mais difícil ou terá mais concorrência, mas é possível controlar a dedicação e o esforço para tentar obter melhores resultados nos próximos exames.O que não pode acontecer é apenas repetir o que foi feito em 2018. O próximo ano deve ser diferente e aprender os erros é o maior desafio. “Logo depois da frustração, é um momento de descansar, colocar a cabeça no lugar, para, depois, passada essa explosão inicial, tomar uma decisão a respeito do que pode ser feito no próximo ano”, conclui Calbucci.