A fúria diante determinadas situações pode ser canalizada para algo positivo
A raiva pode surgir diante de diversas situações: quando uma violência é presenciada, por causa de expectativas não cumpridas, pela percepção de uma injustiça. Dependendo de sua intensidade, a raiva pode levar a uma explosão emocional. Diferente do que pode parecer, esse rompante de fúria não é uma doença, mas um sentimento que pode ser regulado por meio da aprendizagem socioemocional.Para Eduardo Calbucci, professor e um dos criadores do Programa Semente, se soubermos canalizar a energia da raiva para tomar boas atitudes, podemos transformar a realidade de uma forma positiva.“A gente costuma dizer que existem dois tipos de raiva: a que ajuda e a que atrapalha. A que ajuda é a que ataca a própria causa, em busca de uma sociedade melhor. A história tem momentos de raiva que fizeram a sociedade mudar”, afirma o professor.Um dos exemplos de como a raiva pode ser direcionada para a construção de algo positivo é o processo de emancipação feminina. Muitas mulheres, quando tomaram consciência de que não podiam fazer certas coisas simplesmente porque eram mulheres, sentiram raiva, e essa emoção tem impulsionado a luta pela igualdade de gênero no mundo ao longo do tempo.No entanto, o sentimento de raiva pode surgir em situações em que não é possível fazer nada para mudar a situação. Se somos convidados para uma festa de aniversário ao ar livre e chove no dia, não há nada que possamos fazer para impedir a chuva.“Em casos assim, a raiva não é positiva, porque não canaliza para nada construtivo. Existem momentos da vida sobre os quais a gente não tem controle, e é preciso aceitar que nem sempre as coisas saem como esperamos. A segredo é focar naquilo que podemos controlar”, completa Calbucci.